terça-feira, 22 de setembro de 2009

IGREJAS E IGREJAS....

A grande verdade é a seguinte: existem hoje, atualmente, 3 Igrejas bem distintas no Brasil.

1) IGREJAS FALSAS OU PSEUDO-IGREJAS
Nesta estão incluídas diversos "ministérios", empresas-igreja, etc. Muitos estão lá, achando que estão picando cartão da sua religiosidade. Ou esta Igreja não se envolve com a verdade bíblica ou ela está empenhada em atingir seus objetivos de império. Ou os seus líderes crêem na Palavra de Deus ou não crêem e apenas fazem uso dela como ferramenta de trabalho. Igrejas que têm um compromisso religioso e liberal. Neste momento, existem Pastores que fazem um excelente trabalho social, se destacam no meio politico, social e cultural, aparecem com muita frequencia na mídia de massa (TV, Rádio, Jornal, etc). Ou quando não se destacam, estão comprometidos com as suas causas e fazem das suas comunidades locais, um recanto para suas idéias, suas impressões, suas interpretações da Palavra de Deus. Tornam-se gurus de multidões ou profetas particulares de suas próprias profecias.

2) IGREJAS EM-CIMA-DO-MURO
As Igrejas em cima do muro, são boas Igrejas, conhecedoras da Palavra de Deus, mas por qualquer motivo, estão com medo de tomar uma posição de comprometimento com a Palavra de Deus. Pregam a Palavra, mas não estão preocupados com mudar de vida, de conceitos, de princípios mediante o conhecimento que tem. Nada para eles é mais importante do que a GRAÇA. Ah, maravilhosa graça que tudo faz em nosso lugar, que tudo completa na nossa débil e frágil religiosidade!
São apologistas de uma vida espiritual totalmente voltada para a expectativa de que tudo o que não pode ser feito, já está feito em Jesus. Sim, tudo já está feito. Manifestam uma espiritualidade de martírio. Uma espiritualidade que não é arrojada, uma teologia liberal demais para tomar uma atitude de optar pelo poder de Deus que opera em nós.

3) IGREJAS VERDADEIRAS QUE NÃO SE IMPORTAM COM O TAMANHO, APARÊNCIA OU PODER
A Igreja verdadeira não está com uma placa na parede escrita: "IGREJA VERDADEIRA, SEJA BEM VINDO".
E tem mais um problema: esta Igreja pode estar dentro de uma das anteriores, até o momento da sua manifestação. Isso mesmo! Conheço muitas pessoas que começaram sua caminhada dentro de uma FALSA IGREJA ou IGREJA EM CIMA DO MURO e depois veio a fazer parte de uma Igreja verdadeira.
A Igreja verdadeira pode ter nome mas não se preocupa com rótulos.
A Igreja verdadeira pode ter líder mas não se preocupa em fazer do líder um guru ou profeta necessário.
A Igreja verdadeira pode ter uma liturgia mas não se preocupa em modismos, jargões ou frases de efeito.
A Igreja verdadeira pode ter um endereço mas não se preocupa com aparência do seu templo.
A Igreja verdadeira pode até cometer erros mas não deixa o erro fazer parte do seu cotidiano e se apressa em corrigir seus próprios erros.
A Igreja verdadeira, enfim, pode até estar dentro de um sistema que não colabora para o seu crescimento, mas no final ela se liberta e passa a viver dentro de um sistema mais acessível ao projeto de Deus para ela.

Finalmente, eu espero pacientemente que no final das contas, a Igreja verdadeira esteja em mim, porque estar dentro dela pode não ser o necessário e essencial.

Que Deus nos abençoe e nos permita chegar até a Nova Jerusalém, portadores da Igreja Verdadeira!

Shalom!

Pr. Jaaziel Marcelo

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Sintonia da Vida: Quem são os pastores (guias) de Hebreus 13:7 e 17

Quem são os pastores (guias) de Hebreus 13:7 e 17

Quem são os pastores (guias) que a carta aos Hebreus menciona nos versículos 7 e 17 do décimo terceiro capítulo?

Antes de tudo, sei que existe no Novo Testamento o ministério pastoral - Efésios 4:11 - Observe que ele é o único que tem o dom de "mestre" (guia) grudado nele.

Quando estamos dentro do sistema chamado "Igreja evangélica" , não conseguimos enxergar outras realidades na Bíblia a não ser aquela em que eles estão o tempo todo "martelando " em nossas cabeças.

Fora o texto de Efésios 4:11, onde mais ele aparece?
O fato de que o dom de "mestre" está inserido como implicação necessária ao oficio pastoral faz-nos enterder o que?


Jesus usa a figura do "pastor" a si mesmo em João 10, mas ali todos sabemos que ele é o Verdadeiro Pastor do seu rebanho, alíás Pedro chama-o de "Supremo" pastor do rebanho que ele adquiriu com seu próprio sangue.

Então a pergunta permanece, ou melhor, vamos mais um pouco mais longe, eu pergunto de novo: onde é que o título "pastor" aparece como um "pronome pessoal" a algum apóstolo ou discipulo no Novo Testamento?

Você responderá que em Hebreus 7:7.
Mas gostaria que você observasse que esta tradução faz parte da Revista Corrigida do Padre João Ferreira de Almeida, e conforme versões mais atualizadas com os escritos mais antigos, portanto, mais próximos do original (ainda que muito distantes, de fato!) o título pastor é traduzido como "guia" (mestre)!

Então voltando a última pergunta: Onde aparece no Novo Testamento o título de "pastor" como "pronome pessoal" como é usado exaustivamente nos dias de hoje?
Onde no Novo Testamento encontramos o "pastor" Paulo, pastor Lucas, pastor Pedro, pastor João, pastor Apolo, etc...?

Estou pondo em descrédito o ministério pastoral que em Efésios Jesus alega ter dado à Igreja? Absolutamente NÃO!

Mas então, por que é que o líderes do Novo Testamento não fizeram caso de usá-lo como nos dias de hoje os "líderes" fazem questão? Por que o título (pastor) não aparece na Bíblia e hoje alguns se "obrigam a usá-lo?

O que me incomoda não é título em si, mas a maneira como alguns lobos se valem dele para impor sua "autoridade" em cima dos outros.
O uso da posição pastoral para ameaçar, amaldiçoar, prender, explorar a fé e as finanças das pessoas que se colocam debaixo da "autoridade espiritual" destes pseudo-pastores!

Tem pessoas que foram instruídas a não fazerem nada sem primeiro "consultar" o seu pastor. Elas fora instruídas a não saírem de "debaixo da autoridade espiritual" de seu pastor?!

À luz do Evangelho, existe maior heresia do que isso?

Na carta aos Hebreus, o escritor se refere aos líderes que já haviam partido para o Senhor, visto que esta carta foi escrita quando quase todos os apóstolos que andaram com o Senhor Jesus já haviam sidos martirizados.
E por que foram martirizados? Por causa da palavra de Deus que pregaram.
E que Palavra era esta?
A Palavra da Graça em Jesus, visto que, a carta aos hebreus exorta seus leitores a não voltarem às práticas religiosas do Velho Testamento.
Segundo o escritor aos Hebreus, este retorno às práticas de ritos judaicos seria um "cair da fé", um abandono da Graça manifestada pelo Senhor Jesus. Foi por causa dessa fidelidade a Palavra de Deus que pregaram é que estes "guias" foram mortos.

Observe que logo depois ele lhes escreve: "não vos deixeis envolver por doutrinas várias..." veja que ele diz que "o que vale é o coraçaõ estar confirmado na Graça..."

E terminantemente afirma que quem come do Altar da religião não tem direito a comer da mesa da Graça. É uma advertência séria!

E finalmente ele diz: " obedecei aos vossos guias (pastores) e sede submissos para com eles, como quem hão de prestar contas..."

Os guias que estavam vivos e permaneciam na pureza do evangelho da Graça e que estavam sendo perseguidos pela religião judaica, mas apesar disso permaneciam fiéis, deveriam ser obedecidos e nesse caso, esse "guia" é alguem que não deixa voce se desviar do Evangelho da Graça e cair nas "malhas" do sistema religioso. Para que serve uma "guia"?

Este texto não nos incentiva à uma dependência psico-espiritual-emocional de nenhum guia humano, e tambem o escritor diz "como quem hão de dar contas ". Veja bem: COMO QUEM...Isso não quer dizer que "eles" vão dar contas, mas que devem cuidar das pessoas "Como quem" hão de dar contas, pois Biblia diz que CADA UM dará contas de si mesmo à Deus! (Romanos 14:12)
Só que a "igreja a evangélica" atual tem ensinado a transferir toda essa obrigação ao "pastor". Coitados!!

A posição pastoral naqueles dias tinha muito mais haver com o exemplo de fidelidade ao evangelho, o trato com o próximo, a capacidade de perdão, a sabedoria em ensinar o Caminho, do que com esta "postura oficializada do pastor" de hoje. A Posição pastoral naqueles dias dependia da espiritualidade da pessoa e não algo forçosamente a ser seguido!

O mestre, biblicamente falando, está na conduta, no exemplo em amar, na postura frente ao discipulo, e não como foi hoje colocado como alguem que ensina na "escola dominical"!! Que tragédia!

Veja que Saulo, quando "pastor" em Antioquia, era chamado de "!Mestre". (Atos 13)

Releia o texto de Hebreus e veja se não é isso assim?