sábado, 25 de dezembro de 2010

E-M@IL PARA O APÓSTOLO PAULO

E-M@IL PARA O APÓSTOLO PAULO

Pr. Daniel Rocha
Amado apóstolo:

Estou escrevendo para colocá-lo a par da situação do Evangelho que um dia você ajudou a propagar para nós gentios, e que lhe custou a própria vida. As coisas estão muito difíceis por aqui. Quase tudo o que você escreveu foi esquecido ou deturpado.

Você foi bastante claro ao despedir-se dos irmãos em Éfeso, alertando que depois de sua partida lobos vorazes penetrariam em meio à igreja, e não poupariam o rebanho [1]. Palavras de fato inspiradas, pois isso se concretiza a cada dia.

Lembra-se que você escreveu ao jovem Timóteo, que o amor ao dinheiro era a “raiz de todos os males”[2]? Quero que saiba que suas palavras foram invertidas, e agora se prega que o dinheiro é a “solução” de todos os males.

Também é com tristeza que lhe digo que em nossa época ninguém mais quer ser chamado de pastor, missionário ou evangelista, pois isso é por demais humilde: um bom número almeja levar o título de apóstolo. Sei que em seu tempo, os apóstolos eram “fracos... desprezíveis... espetáculo para os homens... loucos... sem morada certa... injuriados... lixo e escória” [3]. Agora é bem diferente. Trata-se de uma honraria muito grande: acercam-se de serviçais que lhes admiram, quando viajam exigem as melhores hospedarias e são recebidos nos palácios dos governantes.

Eles não costumam pregar seus textos, pois você fala muito da “Graça” e da “liberdade que temos em Cristo” [4]. Isso não soa bem hoje, pois a Igreja voltou à “teologia da retribuição” da Antiga Aliança (só recebe quem merece), e liberdade é a última coisa que os pastores querem pregar à suas ovelhas.

Você não é bem visto por aqui, pois sempre foi muito humano, sem jamais esconder suas fraquezas: chegou até reconhecer contradições internas e que não faz o bem que prefere, mas o mal, esse faz [5]. Eles não gostam disso, pois sempre se apresentam inabaláveis e sem espinhos na carne como você. A presença deles é forte, a sua fraca [6], eles são saudáveis, você sofria de alguma coisa nos olhos [7], eles jamais recomendariam a um irmão tomar remédio, como você fez com Timóteo [8], mas aqui eles oram e determinam a cura – coisa que você nunca fez.

Você dizia que por amor a Cristo perdeu “todas as cousas” considerando-as refugo [9]. As coisas mudaram, irmão. Agora cantamos: “Restitui, quero de volta o que é meu!”.

Vivo em uma cidade que recebeu o seu nome, e aqui há um apóstolo que após as pregações distribui lencinhos vermelhos encharcados de suor, e as pessoas levam pra casa, como fizeram em Éfeso, imaginando que afastarão enfermidades [10]. Sim, eu sei que você nunca ordenou isso, nem colocou como doutrina para a igreja nas epístolas, mas sabe como é o povo....

Admiro sua coragem por ter expulsado um “espírito adivinhador” daquela jovem [11], embora isso tenha lhe custado a prisão e açoites. Você não se deixou enganar só porque ela acertava o prognóstico. Hoje há uma profusão de pitonisas e prognosticadores no meio do povo de Deus, todavia esses espíritos não são mais expulsos, ao contrário, nos reunimos ansiosos para ouvir o que eles têm a dizer para nós.

Gostaria de ter conhecido os irmãos bereanos que você elogiou. Infelizmente, quase não existem mais igrejas como as de Beréia, que recebam a palavra com avidez e examinem as Escrituras “todos os dias para ver se as coisas são de fato assim”[12].

Tem hora que a gente desanima e se sente fragilizado como Timóteo, o seu companheiro de lutas. Mas que coisa bonita foi quando você o reanimou insistindo para que reavivasse “o dom de Deus” que havia nele [13]. Estou lhe confessando isso, pois atualmente 90% dos pregadores oferecem uma “nova unção” para quem fraqueja. Amo esta sua exortação, pois você ensina que dentro de nós já existe o poder do Espírito, e não precisamos buscar nada fora ou nada novo!

Nossos cultos não são mais como em sua época, onde a igreja se reunia na casa de um irmão, havia comunhão, orações, e a palavra explanada era o prato principal.... as coisas mudaram: culto agora é chamado de “show”, a fumaça não é mais da nuvem gloriosa da presença de Deus, mas do gelo seco, e a palavra é só para ensinar como conseguir mais coisas do céu.

O Espírito lhe revelou que nos últimos tempos alguns apostatariam da fé “por obedecerem a espíritos enganadores” [14]. Essa profecia já está se cumprindo cabalmente, e creio que de forma irreversível.

Amado apóstolo, sinto ter lhe incomodado em seu merecido descanso eternal, mas eu precisava desabafar. Um dia estaremos todos juntos reunidos com a verdadeira Igreja de Cristo.


Pr. Daniel Rocha é da Igreja Metodista e nos enviou este artigo por e-mail. É o autor da Primeira Epístola de Paulo aos Brasileiros

[1] At 20.23
[2] 1Tm 6.10
[3] 1Co 4.-9-13
[4] Gl 2.4
[5] Rm 7.19
[6] 2Co 10.10
[7] Gl 4.13-15
[8] 1Tm 5.23
[9] Fp 3.8
[10] At 19.12
[11] At 17.18
[12] At 17.11
[13] 2Tm 1.6
[14] 1Tm 4.1

quarta-feira, 28 de abril de 2010

A vida como ela é...mas não deveria ser!

Este é um relato publicado pela jornalista Leila Cordeiro em seu blog. O que esta história verídica te faz lembrar? Embora um produto escasso, compaixão e honra ainda existe!


A vida como ela é...mas não deveria ser!

A história é uma das muitas que fazem parte do dia a dia das grandes cidades onde ninguém se preocupa muito com que ou quem está à sua volta , pela pressa, pelo medo, pelo desinteresse em relação ao próximo. Hugo Alfredo Tale-Yax era um imigrante guatemalteco ilegal, de 31 anos desempregado, que costumava dormir nas praças do bairro do Queens, em Nova York, onde vivem muitos imigrantes latinos.
Hugo que vivia pelas ruas do bairro pedindo esmola estava num desses dias de mendigo quando viu uma discussão violenta entre um homem e uma mulher. Segundo a polícia, as câmeras de segurança do local flagaram o momento que Hugo parte em direção ao homem para tentar defender a mulher que sai da cena correndo. As imagens não mostram o momento da agressão, mas o fato é que o imigrante foi esfaqueado várias vezes pelo homem que fugiu correndo e é considerado o suspeito do assassinato.
Ele ainda tentou correr atrás do agressor mas não aguentou e caiu no chão. No vídeo, Hugo aparece deitado na calçada, ferido, enquanto os pedestres passam por ele sem tomar providências e muito menos ajuda-lo a ir para um hospital. Um dos pedestres chega a sacudir o corpo de Hugo, virá-lo e ao encontrar uma poça de sangue se afasta depressa. A polícia informou que só recebeu uma chamada informando sobre o incidente uma hora e meia depois.
Não sei se foi o instinto de sobrevivência , naturalmente egoísta, que fez essas pessoas passarem pelo homem ferido sem esboçar o mínimo gesto de solidariedade humana de ajudar alguém à beira da morte. Hugo morreu sem atendimento, como um sem teto, um pedinte, um mendigo que, muitas vezes, fora desprezado por estar pedindo esmola. Mas esse mesmo mendigo conseguiu ser mais nobre do que aqueles que o desprezaram, mais solidário e digno ao tentar defender uma mulher que nem ao menos conhecia, da violência de um agressor.
Hugo ficou famoso depois que seu ato de bravura foi captado pelas câmeras de segurança e acabou virando heroi nas manchetes dos principais jornais do país. Um heroi desconhecido, que ficou ali naquela calçada, jogado feito um traste, sangrando até morrer...sem que ninguém tenha tido sequer a intenção de salva-lo nem mesmo a mulher por quem deu a própria vida!

sexta-feira, 2 de abril de 2010

AS 12 RAZÕES PARA ELIMINAR O ENTRETENIMENTO EM SUA IGREJA

AS 12 RAZÕES PARA ELIMINAR O ENTRETENIMENTO EM SUA IGREJA
Por Alan Capriles


Sei que o entretenimento está tão enraizado na cultura evangélica, que parecerá um absurdo a tese que defendo. Mas, além de não estar sozinho na luta contra o "culto show", estou ainda muito bem acompanhado, por pastores renomados, como Charles Haddon Spurgeon, que no século XIX já havia escrito sobre este perigo, alertando que o fermento diabólico do entretenimento acabaria levedando toda a massa em curto espaço de tempo. E é neste estado de lastimável fermentação que se encontra a massa evangélica atual.

Hoje em dia é quase impossível que uma igreja não tenha conjuntos musicais, ou corais, ou grupos de coreografia, ou cantores para se apresentar durante o culto e nos eventos por ela realizados. Na maioria das igrejas o período de culto é tomado deste tipo de apresentações, com a desculpa de que "é pra Jesus". Mas, quando analisamos racionalmente, e a luz das Escrituras, a verdade é que tais apresentações não passam de entretenimento, com verniz de santidade e capa de religiosidade.

Que ninguém fique ofendido. Eu mesmo gostaria que alguém houvesse me alertado disso na época em que eu, cegamente, gastava horas com ensaios de conjuntos e de peças teatrais. E eu me convencia de que isto era a obra de Deus.

Mas, no fundo de meu coração, eu sabia que havia algo de errado, que não era nisto que Jesus esperava que seus discípulos se focassem, ou se esforçassem. Como ninguém me despertou, busquei a Deus em oração e o próprio Espírito Santo, por meio das Escrituras, convenceu-me do meu erro.

Desde então, tenho meditado tão seriamente a respeito disto, que encontrei mais de dez razões para eliminar por completo o entretenimento dos cultos na igreja que pastoreio. E já o fizemos! Substituimos o tempo que antes gastávamos com ensaios entre quatro paredes, pelo evangelismo bíblico na comunidade e pela oração nos lares. E, quanto às apresentações nos cultos... sinceramente, não estão fazendo a menor falta.

Mas, vejamos porque o entretenimento deve ser eliminado dos cultos que realizamos ao Senhor:

1 - O Senhor nunca ordenou entreter as pessoas
Esta já seria uma razão suficiente, que dispensaria os demais argumentos. O problema é que raramente se encontra hoje uma igreja que queira ser bíblica, composta por membros que só desejem cumprir a vontade de Deus, expressa em sua Palavra. Assim sendo, talvez seja necessário ainda os argumentos a seguir.

2 - Entretenimento não atrai ovelhas
Chamemos de ovelhas aqueles que realmente amam a Jesus, que reconhecem a voz do Senhor e o seguem (Jo 10:27). No entanto, a divulgação de apresentações na igreja dificilmente atrairá pessoas interessadas em Deus. Certamente será um atrativo para as que gostam de uma distração gratuita. Mas, podemos chamar a estas pessoas de ovelhas, ou não há uma grande chance de serem bodes? (Mt 25:32-33)

3 - Entretenimento afasta as ovelhas
As verdadeiras ovelhas não se satisfazem com apresentações durante o culto. Elas querem oração e palavra, edificação e unção. Uma ovelha de Cristo não procura emoções, mas a Verdade, para que se mantenha firme no caminho da vida eterna (Jo 6:67). Quanto mais o pastor encher o culto com apresentações, mais rápido as ovelhas sairão em busca de uma verdadeira igreja, que priorize a oração e a palavra de Deus. Aos poucos, a "igreja-teatro" deixará de ter ovelhas para estar ainda mais cheia, porém de bodes, que gostam de uma boa distração. E, infelizmente, o que muitos pastores buscam hoje é quantidade, o crescimento a qualquer custo. E, com este fermento, a massa realmente cresce...

4 - Entretenimento reduz o tempo de oração e palavra
O tempo de culto já é muito limitado, chegando a no máximo duas horas. Quando se dá oportunidade para apresentações, o tempo que deveria ser usado para se fazer orações e se pregar a palavra de Deus torna-se curtíssimo. Em algumas igrejas não chega nem a trinta minutos! Como desenvover uma mensagem expositiva em tão curto espaço de tempo?

5 - Entretenimento confunde os visitantes
Os visitantes concluem que a igreja existe em função disto: conjuntos, corais, coreografias, peças teatrais, ou qualquer outro tipo de apresentação que torne o culto um show. E eles passam a frequentar os cultos com esta expectativa, esperando pelo próximo espetáculo.

6 - Entretenimento ilude os membros
O membro pensam que está servindo a Deus com suas apresentações. Desta forma, sua consciência fica cauterizada para atender aos chamados para a escola bíblica, para o evangelismo e para socorrer os carentes. Afinal de contas, ele pensa que seu chamado é para as artes, e não para serviços que não lhe colocam debaixo dos holofotes (que, aliás, são muito comuns nas igrejas hoje em dia).

7 - Entretenimento é um desgaste desnecessário
Quanto esforço é despendido para que tudo saia perfeito! Uma energia que é gasta naquilo que o Senhor nunca mandou fazer! Será que ainda sobram forças para se fazer o que realmente o Senhor manda? (Lc 6:46)

8 - Entretenimento coloca os carnais em destaque
Pessoas que raramente aparecem nos cultos de oração e estudo bíblico, e que nunca comparecem ao evangelismo, geralmente são as mesmas que gostam de aparecer cantando, dançando ou representando nos cultos mais cheios. A questão é: Por que dar destaque justamente para estes membros carnais?

9 - Entretenimento promove disputas
Disputas entre membros, entre conjuntos e até entre igrejas. Quem canta melhor? Quem dança melhor? Que conjunto tem o uniforme mais bonito? Quem recebeu mais oportunidade? Quanta medíocre carnalidade... (1 Co 3:3; Tg 4:1)

10 - Entretenimento alimenta o ego
O entretenimento não gera fé, mas fortalece o ego dos que amam os aplausos e elogios. Apesar de sua roupagem "gospel", o fermento dos fariseus continua tão venenoso quanto nos dias de Jesus (Mt 23:5-6; Lc 12:1)

11 - Entretenimento é um desperdício de tempo
Se o mesmo tempo que as igrejas gastam com ensaios e apresentações fosse utilizado com oração e evangelismo, este mundo já teria sido alcançado para o Senhor! (Ef 5:15-17)

12 - Entretenimento não é fazer a obra de Deus
A desculpa para o entretenimento é que este seria uma forma de atrair as pessoas. Mas a questão novamente é: que tipo de pessoas? Se entretenimento fosse uma boa alternativa, não teria a igreja apostólica usado de entretenimento para atrair as multidões? No entanto, ela simplesmente pregava o evangelho, porque sabia que nele há poder. O evangelho "é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê" (Rm 1:16). Mas o entretenimento... O entretenimento é a artimanha do homem para a perdição de todo aquele que duvida.

Quero concluir com uma palavra aos pastores. De pastor, para pastor. Amado colega de ministério, não duvide do poder do evangelho para atrair e converter as pessoas. Não queira encher sua igreja com atividades vazias e atraentes ao mundo, mas que não tem o poder do Espírito Santo para converter vidas. Tenha coragem e limpe sua congregação desta imundície egocêntrica. Talvez com isto você perderá alguns membros, mas não perderá ovelhas, somente bodes. Tenha fé em Deus e confie no modelo bíblico para encher a igreja, que é a oração, o bom testemunho e a pregação ousada do genuíno evangelho de Cristo. Lembre-se que "enquanto os homens procuram melhores métodos, Deus procura melhores homens."

TEXTO FORA DE CONTEXTO

TEXTO FORA DE CONTEXTO
por Alan Capriles

A frase é famosa no meio teológico: “texto fora de contexto é pretexto para heresia”. A realidade, porém, é que poucos tem o cuidado de averiguar o contexto no qual se encontra um versículo. Muitos pregadores, mesmo com formação em teologia, preparam seus esboços sem nenhuma preocupação em dizer aquilo que o autor do texto bíblico queria dizer. E isto é mais comum do que se imagina!

Como prova do que estou afirmando, deixo três exemplos de versículos famosos, mas que, quando usados fora de contexto, dão margem para heresias. Que isto sirva de alerta para se verificar o contexto bíblico de qualquer mensagem, principalmente as que são baseadas em apenas um versículo da Bíblia.

Tudo posso naquele que me fortalece

Muito provavelmente, este é o versículo mais distorcido. Tirado de seu contexto, muitos concluem tratar-se de uma frase triunfalista, de alguém que pode conquistar seus alvos, que pode obter todas as coisas.

Por esta razão, este versículo é o mais repetido pelos pregadores da teologia da prosperidade, que apregoam a idéia do super crente. “Você pode ter saúde, você pode ter dinheiro, você pode ter sucesso... tudo posso naquele que me fortalece!” esbravejam os falsos profetas.

Mas o apóstolo Paulo não estava se referindo a conquistar ou a se obter algo. Antes, muito pelo contrário! Vejamos o contexto:

“Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez; tudo posso naquele que me fortalece. Todavia, fizestes bem, associando-vos na minha tribulação.” (Filipenses 4:11-14 RA)
Quando Paulo escreveu o famoso “tudo posso” ele passava por grande tribulação, pois estava encarcerado. Portanto, como se percebe na leitura do contexto, a interpretação correta é: “tudo posso suportar”.

Quer seja humilhado, ou honrado, na fartura, ou na fome, tanto em situação de abundância, quanto de escassez, “tudo posso naquele que me fortalece”.

Pedis e não recebeis porque pedis mal

Por mais de uma vez já ouvi pregadores usarem este versículo para ensinar o seguinte:

“Você precisa ser específico no seu pedido. Se você pede a Deus um carro, diga qual a marca, o modelo, se é completo; se está pedindo uma casa, especifique o bairro, com quantos quartos e banheiros, se quer piscina e churrasqueira; ou seja, você não tem recebido nada disso porque não tem pedido direito. Pedis e não recebeis porque pedis mal!”

Este tipo de ensinamento é ridículo e não tem base nas Escrituras. E nem é preciso examinar o contexto para se revelar a farsa. Basta concluir a leitura do próprio versículo:

“pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres.” (Tiago 4:3 RA)

A parte final, que diz “para esbanjardes em vossos prazeres” é omitida por aqueles que desejam ensinar o contrário do que a Bíblia ensina.

Deus não responde orações de pessoas egoístas e mundanas. Nem sequer as ouve (Is 58:3; Jr 14:12-16) Mas, a fim de que ainda não reste nenhuma dúvida, vejamos então o contexto:

“De onde procedem guerras e contendas que há entre vós? De onde, senão dos prazeres que militam na vossa carne? Cobiçais e nada tendes; matais, e invejais, e nada podeis obter; viveis a lutar e a fazer guerras. Nada tendes, porque não pedis; pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres. Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” (Tiago 4:1-4 RA)

Somos mais do que vencedores

Usado fora de seu contexto, esta frase transmite a falsa idéia de que a vida do crente “é só vitória”, como costumam dizer alguns.

Mas o apóstolo Paulo especificou em quais situações é que somos mais do que vencedores. O versículo completo diz o seguinte:

“Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou.” (Romanos 8:37 RC)

“Em todas estas coisas...” Quais coisas?

A resposta, bem como o entendimento para este versículo, está em seu contexto:

“Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia: fomos reputados como ovelhas para o matadouro. Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou.” (Romanos 8:35-37 RC)

Ao contrário de uma vida isenta de lutas e sofrimento, o apóstolo Paulo declara que somos mais do que vencedores nas seguintes circunstâncias: Tribulação, angústia, perseguição, fome, nudez, perigo, ou espada.

E, qual a nossa vitória, em meio a tantas adversidades? Novamente, o contexto nos responderá:

“Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou. Porque estou certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor!” (Romanos 8:37-39 RC)

A nossa grande vitória é não duvidar deste amor que Deus tem por nós, provado em nosso Senhor Jesus Cristo. Ainda que venha tribulação, angústia, perseguição, fome, nudez, perigo, ou mesmo a morte, nada poderá nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor!
Postado por Alan Capriles

sábado, 5 de dezembro de 2009

95 Teses para a Igreja de Hoje

95 Teses para a Igreja de Hoje (Nova edição) PDF Imprimir E-mail
Por José Barbosa Junior

No dia 31 de Outubro de 1517, o monge agostiniano Martinho Lutero afixou, na Abadia de Wittemberg, 95 teses em que desafiava a Igreja Católica a debater sobre a venda de indulgências. O fato desencadeou o que mais tarde seria conhecido como a Reforma Protestante, movimento que marcou a história da humanidade.

489 anos depois, ao vermos a igreja “protestante” navegar por mares incertos e perigosos, decidimos relançar (com pequenas modificações) em comemoração a esta data tão importante em nossa história, um manifesto pela volta à simplicidade do Evangelho, segundo as Escrituras.

O lema Eclesia reformata, semper reformanda, deve estar sempre ecoando em nossos ouvidos, chamando-nos à responsabilidade de sempre caminharmos segundo a Palavra, sem nos deixarmos levar por ventos de doutrinas e movimentos que tentam transformar a Igreja de Cristo, num circo eclesiástico, nas mãos de líderes inescrupulosos, que manipulam o povo ao seu bel prazer, tudo isso em nome de Deus!Fica lançado aqui o nosso desafio.

Não temos a pretensão de iniciarmos uma “nova reforma”, mas simplesmente levar o povo de Deus a uma reflexão sincera e bíblica daquilo que temos vivido como Igreja de Cristo em nosso tempo.O texto abaixo surge muito mais como desabafo e lamento do que como proposta de revolução.

“Non nobis Domine, sed nomini Tuo da gloriam” (Salmo 115.1)

OBS: Aquele que desejar o arquivo em PDF para divulgação, exposição e discussão em sua igreja ou grupo religioso, favor enviar e-mail solicitando-o para crer@crerepensar.com.br





95 Teses para a Igreja de Hoje

1 – Reafirmamos a supremacia das Escrituras Sagradas sobre quaisquer visões, sonhos ou novas revelações que possam aparecer. (Mc 13.31)

2 – Entendemos que todas as doutrinas, idéias, projetos ou ministérios devem passar pelo crivo da Palavra de Deus, levando-se em conta sua total revelação em Cristo e no Novo Testamento do Seu sangue. (Hb 1.1-2)

3 – Repudiamos toda e qualquer tentativa de utilização do texto sagrado visando a manipulação e domínio do povo que, sinceramente, deseja seguir a Deus. (2 Pe 1.20)

4 – Cremos que a Bíblia é a Palavra de Deus e que contém TODA a revelação que Deus julgou necessária para todos os povos, em todos os tempos, não necessitando de revelações posteriores, sejam essas revelações trazidas por anjos, profetas ou quaisquer outras pessoas. (2 Tm 3.16)

5 – Que o ensino coerente das Escrituras volte a ocupar lugar de honra em nossas igrejas. Que haja integridade e fidelidade no conhecimento da Palavra tanto por parte daqueles que a estudam como, principalmente, por parte daqueles que a ensinam. (Rm 12.7; 2 Tm 2.15)

6 – Que princípios relevantes da Palavra de Deus sejam reafirmados sempre: a soberania de Deus, a suficiência da graça, o sacrifício perfeito de Cristo e Sua divindade, o fim do peso da lei, a revelação plena das Escrituras na pessoa de Cristo, etc. (At 2.42)

7 – Cremos que o mundo jaz no maligno, conforme nos garantem as Escrituras, não significando, porém, que Satanás domine este mundo, pois “do Senhor é a Terra e sua Plenitude, o mundo e os que nele habitam”. (1 Jo 5.19; Sl 24.1)

8 – Cremos que a vitória de Jesus sobre Satanás foi efetivada na cruz, onde Cristo “expôs publicamente os principados e potestades à vergonha, triunfando sobre eles” e que essa vitória teve como prova final a ressurreição, onde o último trunfo do diabo, a saber, a morte, também foi vencido. (Cl 2.15; 1 Co 15.20-26)

9 – Acreditamos que o cristão verdadeiro, uma vez liberto do império das trevas e trazido para o Reino do Filho do amor de Deus, conhecendo a verdade e liberto por ela, não necessita de sessões contínuas de libertação, pois isso seria uma afronta à Cruz de Cristo. (Cl 1.13; Jo 8.32,36)

10 – Cremos que o diabo existe, como ser espiritual, mas que está subjugado pelo poder da cruz de Cristo, onde ele, o diabo, foi vencido. Portanto, não há a necessidade de se “amarrar” todo o mal antes dos cultos, até porque o grande Vencedor se faz presente. (1 Co 15.57; Mt 18.20)

11 – Declaramos que nós, cristãos, estamos sujeitos à doenças, males físicos, problemas relativos à saúde, e que não há nenhuma obrigação da parte de Deus em curar-nos, e que isso de forma alguma altera o seu caráter de Pai amoroso e Deus fiel. (Jo 16.33; 1 Tm 5.23)

12 – Entendemos que a prosperidade financeira pode ser uma benção na vida de um cristão, mas que isso não é uma regra. Deus não tem nenhum compromisso de enriquecer e fazer prosperar um cristão. (Fp 4.10-12)

13 – Reconhecemos que somos peregrinos nesta terra. Não temos, portanto, ambições materiais de conquistar esta terra, pois “nossa pátria está nos céus, de onde aguardamos a vinda do nosso salvador, Jesus Cristo”. (1 Pe 2.11)

14 – Nossas petições devem sempre sujeitar-se à vontade de Deus. “Determinar”, “reivindicar”, “ordenar” e outros verbos autoritários não encontram eco nas Escrituras Sagradas. (Lc 22.42)

15 – Afirmamos que a frase “Pare de sofrer”, exposta em muitas igrejas, não reflete a verdade bíblica. Em toda a Palavra de Deus fica clara a idéia de que o cristão passa por sofrimentos, às vezes cruéis, mas ele nunca está sozinho em seu sofrer. (Rm 8.35-37)

16 – Reafirmamos que, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, sendo os mesmos livres de quaisquer maldições passadas, conhecidas ou não, pelo poder da cruz e do sangue de Cristo, que nos livra de todo o pecado e encerra em si mesmo toda a maldição que antes estava sobre nós. (Rm 8.1)

17 – Entendemos que a natureza criada participa das dores, angústias e conseqüências da queda do homem, e que aguarda com ardente expectativa a manifestação dos filhos de Deus. O que não significa que nós, cristãos, tenhamos que ser negligentes com a natureza e o meio-ambiente, uma vez que Deus não apenas criou tudo, mas também “viu que era bom" (Rm 8.19-23; Gn 1.31)

18 – Reconhecemos a suficiência e plenitude da graça de Cristo, não necessitando assim, de quaisquer sacrifícios ou barganhas para se alcançar a salvação e favores de Deus. (Ef 2.8-9)

19 – Reconhecemos também a suficiência da graça em TODOS os aspectos da vida cristã, dizendo com isso que não há nada que possamos fazer para “merecermos” a atenção de Deus. (Rm 3.23; 2 Co 12.9)

20 – Que nossos cultos sejam mais revestidos de elementos de nossa cultura. Que a brasilidade latente em nossas veias também sirva como elemento de adoração e liturgia ao nosso Deus. (1 Co 7.20)

21 – Que entendamos que vivemos num “país tropical, abençoado por Deus, e bonito por natureza”. Portanto, que não seja mais “obrigatório” aos pastores e líderes o uso de trajes mais adequados ao clima frio ou extremamente formais. Que celebremos nossa tropicalidade com graça e alegria diante de Deus e dos homens. (1 Co 9.19-23)

22 – Que nossa liturgia seja leve, alegre, espontânea, vibrante, como é o povo brasileiro. Que haja brilho nos olhos daqueles que se reúnem para adorar e ouvir da Palavra e que Deus se alegre de nosso modo brasileiro de cultuá-LO. (Salmo 100)

23 – Que as igrejas entendam que Deus pode ser adorado em qualquer ritmo, e que a igreja brasileira seja despertada para a riqueza dos vários sons e ritmos brasileiros e entenda que Deus pode ser louvado através de um baião, xote, milonga, frevo, samba, etc... Da mesma forma, rejeitamos o preconceito, na verdade um racismo velado, contra instrumentos e danças de origem africana, como se estes, por si só, fossem intrinsecamente ligados a alguma forma de feitiçaria. (Sl 150)

24 – Que retornemos ao princípio bíblico, vivido pela igreja chamada primitiva, de que “ninguém considerava exclusivamente sua nem uma das coisas que possuía; tudo, porém, lhes era comum.” (At 4.32)

25 – Que não condenemos nenhum irmão por ter caído em pecado, ou por seu passado. Antes, seguindo a Palavra, corrijamos a ovelha ferida com espírito de brandura, guardando-nos para que não sejamos também tentados. O que não significa, por outro lado, conivência com o pecado praticado de forma contumaz .(Gl 6.1; 1 Co 5)

26 – Que ninguém seja culpado por duvidar de algo. Que haja espaço em nosso meio para dúvidas e questionamentos. Que ninguém seja recriminado por “falta de fé”. Que haja maturidade para acolher o fraco e sabedoria para ensiná-lo na Palavra. A fé vem pelo ouvir, e o ouvir da Palavra de Deus. (Rm 14.1; Rm 10.17)

27 – Que a igreja reconheça que são as portas do inferno que não prevalecerão contra ela e não a igreja que tem que se defender do “exército inimigo”. Que essa consciência nos leve à prática da fé e do amor, e que isso carregue consigo o avançar do Reino de Deus sobre a terra. (Mt 16.18)

28 – Cremos na plena ação do Espírito Santo, mas reconhecemos que em muitas situações e igrejas, há enganos em torno do ensino sobre dons e abusos em suas manifestações. (Hb 13.8; 1 Co 12.1)

29 – Que nossas estatísticas sejam mais realistas e não utilizadas para, mentindo, “disputarmos” quais são as maiores igrejas; o Reino é bem maior que essas futilidades. (Lc 22.24-26)

30 – Que os neófitos sejam tratados com carinho, ensinados no caminho, e não expostos aos púlpitos e à “fama” antes de estarem amadurecidos na fé, para que não se ensoberbeçam e caiam nas ciladas do diabo. (1 Tm 3.6)

31 – Que saibamos valorizar a nossa história, certos de que homens e mulheres deram suas vidas para que o Evangelho chegasse até nós. (Hb 12.1-2)

32 – Que sejamos conhecidos não por nossas roupas ou por nossos jargões lingüísticos, mas por nossa ética e amor para com todos os homens, refletindo assim, a luz de Cristo para todos os povos. (Mt 5.16)

33 – Que arda sempre em nosso peito o desejo de ver Cristo conhecido em todas as culturas, raças, tribos, línguas e nações. Que missões seja algo sempre inerente ao próprio ser do cristão, obedecendo assim à grande comissão que Jesus nos outorgou. (Mt 28.18-20)

34 – Reconhecemos que muitas igrejas chamam de pecado aquilo que a Bíblia nunca chamou de pecado. (Lc 11.46)

35 – A participação de cristãos e pastores em entidades e sociedades secretas é perniciosa e degradante para a simplicidade e pureza do evangelho. Não entendemos como líderes que dizem servir ao Deus vivo sujeitam-se à juramentos que vão de encontro à Palavra de Deus, colocando-se em comunhão espiritual com não cristãos declarando-se irmãos, aceitando outros deuses como verdadeiros. (Lv 5.4-6,10; Ef 5.11-12; 2 Co 6.14)

36 – Rejeitamos a idéia do messianismo político, que afirma que o Brasil só será transformado quando um “justo” (que na linguagem das igrejas significa um membro de igreja evangélica) dominar sobre esta terra. O papel de transformação da sociedade, pelos princípios cristãos, cabe à Igreja e não ao Estado. O Reino de Deus não é deste mundo, e lamentamos a manipulação e ambição de alguns líderes evangélicos pelo poder terreal. (Jo 18.36)

37 – Que os púlpitos não sejam transformados em palanques eleitorais em épocas de eleição. Que nenhum pastor induza o seu rebanho a votar neste ou naquele candidato por ser de sua preferência ou interesse pessoal. Que haja liberdade de pensamento e ideologia política entre o rebanho. (Gl 1.10)

38 – Que as igrejas recusem ajuda financeira ou estrutural de políticos em épocas de campanha política a fim de zelarem pela coerência e liberdade do Evangelho. (Ez 13.19)

39 – Que os membros das igrejas cobrem esta atitude honrada de seus líderes. Caso contrário, rejeitem a recomendação perniciosa de sua liderança. (Gl 2.11)

40 – Negamos, veementemente, no âmbito político, qualquer entidade que se diga porta-voz dos evangélicos. Nós, cristãos evangélicos, somos livres em nossas ideologias políticas, não tendo nenhuma obrigação com qualquer partido político ou organização que se passe por nossos representantes. (Mt 22.21)

41 – O versículo bíblico “Feliz a nação cujo Deus é o Senhor” não deve ser interpretado sob olhares políticos como “Feliz a nação cujo presidente é evangélico” e nem utilizado para favorecer candidatos que se arroguem como cristãos. (Sl 144.15)

42 – Repugnamos veementemente os chamados “showmícios” com artistas evangélicos. Entendemos ser uma afronta ao verdadeiro sentido do louvor a participação desses músicos entoando hinos de “louvor a Deus” para angariarem votos para seus candidatos. (Ex 20.7)

43 – Cremos que o Reino também se manifesta na Igreja, mas é maior que ela. Deus não está preso às paredes de uma religião. O Espírito de Deus tem total liberdade para se manifestar onde quiser, independente de nossas vontades. (At 7.48-49)

44 – Nenhum pastor, bispo ou apóstolo (ou qualquer denominação que se dê ao líder da igreja local) é inquestionável. Tudo deve ser conferido conforme as Escrituras. Nenhum homem possui a “patente” de Deus para as suas próprias palavras. Portanto, estamos livres para, com base nas Escrituras, questionarmos qualquer palavra que não esteja de acordo com as mesmas. (At 17.11)

45 – Ninguém deve ser julgado por sua roupa, maquiagem ou estilo. As opiniões pessoais de pastores e líderes quanto ao vestuário e estilo pessoal não devem ser tomadas como Palavras de Deus e são passíveis de questionamentos. Mas que essa liberdade pessoal seja exercida como servos de Cristo, com sabedoria e equilíbrio. (Rm 14.22)

46 – Que nenhum pastor, bispo ou apóstolo se utilize do versículo bíblico “não toqueis no meu ungido”, retirando-o do contexto, para tornarem-se inquestionáveis e isentos de responsabilidade por aquilo que falam e fazem no comando de suas igrejas. (Ez 34.2; 1 Cr 16.22)

47 – Que ninguém seja ameaçado por seus líderes de “perder a salvação” por questionarem seus métodos, palavras e interpretações. Que essas pessoas descansem na graça de Deus, cientes de que, uma vez salvas pela graça estão guardadas sob a égide do sangue do cordeiro, de cujas mãos, conforme Ele mesmo nos afirma, nenhuma ovelha escapará. (Jo 10.28-29)

48 – Que estejamos cada vez mais certos de que Deus não habita em templos feitos por mãos de homens. Que a febre de erguermos “palácios” para Deus dê lugar à simplicidade e humildade do bebê que nasce na manjedoura, e nem por isso, deixa de ser Rei do Universo. (At 7.48-50)

49 – Que nenhum movimento, modelo, ou “pacote” eclesiástico seja aceito como o ÚNICO vindo de Deus, e nem recebido como a “solução” para o crescimento da igreja. Cremos que é Deus quem dá o crescimento natural a uma igreja que se coloca sob Sua Palavra e autoridade. (At 2.47; 1 Co 3.6)

50 – Que nenhum grupo religioso julgue-se superior a outro pelo NÚMERO de pessoas que aderem ao seu “mover”. Nem sempre crescimento numérico representa crescimento sadio. (Gl 6.3)

51 – Que a idolatria evangélica para com pastores, apóstolos, bispos, cantores, seja banida de nosso meio como um câncer é extirpado para haver cura do corpo. Que a existência de fã-clubes e a “tietagem” evangélica sejam vistos como uma afronta e como tentativa de se dividir a glória de Deus com outras pessoas. (Is 42.8; At 10.25-26)

52 – Reafirmamos que o véu, que fazia separação entre o povo e o lugar santo, foi rasgado de alto a baixo quando da morte de Cristo. TODO cristão tem livre acesso a Deus pelo sangue de Cristo, não necessitando da mediação de quem quer que seja. (Hb 4.16; 2 Tm 2.15)

53 – Que os pastores, bispos e apóstolos arrependam-se de utilizarem-se de argumentos fúteis para justificarem suas vidas regaladas. Carro importado do ano, casa nova e prosperidade financeira não devem servir de parâmetros para saber se um ministério é ou não abençoado. Que todos nós aprendamos mais da simplicidade de Cristo. (Mt 8.20)

54 – Não reconhecemos a autoridade de bispos, apóstolos e líderes que profetizam a respeito de datas para a volta de Cristo. Ninguém tem autoridade para falar, em nome de Deus, sobre este assunto. (Mc 13.32)

55 – “O profeta que tiver um sonho, conte-o como sonho. Mas aquele a quem for dado a Palavra de Deus, que pregue a Palavra de Deus.” Que sejamos sábios para não misturar as coisas. E as profecias, ainda que não devam ser desprezadas, devem ser julgadas, retendo o que é bom e descartando toda forma de mal. (Jr 23.28; 1 Ts 5.20-22)

56 – Que o ministério pastoral seja reconhecidamente um dom, e não um título a ser perseguido. Que aqueles que exercem o ministério, sejam homens ou mulheres, o exerçam segundo suas forças, com todo o seu coração e entendimento, buscando sempre servir a Deus e aos homens, sendo realmente ministros de Deus. (1 Tm 3.1; Rm 12.7)

57 – Que os cânticos e hinos sejam mais centralizados na pessoa de Deus no que na primeira pessoa do singular (EU). (Jo 3.30)

58 – Que ninguém seja obrigado a levantar as mãos, fechar os olhos, dizer alguma coisa para o irmão do lado, pular, dançar... mas que haja liberdade no louvor tanto para fazer essas coisas como para não fazer. E que ninguém seja julgado por isso. (2 Co 3.17)

59 – Que as nossas crianças vivam como crianças e não sejam obrigadas a se tornarem como nós, adultos, violentando a sua infância e fazendo com que se tornem “estrelas” do evangelho ou mesmo “produtos” a serem utilizados por aduladores e pastores que visam, antes de tudo, lotarem seus templos com “atrações” curiosas, como “a menor pregadora do mundo”, etc... (Lc 18.16; 1 Tm 3.6)

60 – Que as “Marchas para Jesus” sejam realmente para Jesus, e não para promover igrejas que estão sob suspeita e líderes questionáveis. Muito menos para promover políticos e aproveitadores desses mega-eventos evangélicos. (1 Co 10.31)

61 – Nenhuma igreja ou instituição se julgue detentora da salvação. Cristo está acima de toda religião e de toda instituição religiosa. O Espírito é livre e sopra onde quer. Até mesmo fora dos arraiais “cristãos”. (At 4.12; Jo 3.8)

62 – Que as livrarias ditas “cristãs” sejam realmente cristãs e não ajudem a proliferar literaturas que deturpam a palavra de Deus e que valorizam mais a experiência de algumas pessoas do que o verdadeiro ensino da Palavra. (Mq 3.11; Gl 1.8-9)

63 – Cremos que “declarações mágicas” como “O Brasil é do Senhor Jesus” e outras equivalentes não surtem efeito algum nas regiões celestiais e servem como fator alienante e fuga das responsabilidades sociais e evangelísticas realmente eficazes na propagação do Evangelho. (Tg 2.15-16)

64 – Consideramos uma afronta ao Evangelho as novas unções como “unção dos 4 seres viventes”, “unção do riso”, etc... pois além de não possuírem NENHUM respaldo bíblico ainda expõem as pessoas a situações degradantes e constrangedoras. (2 Tm 4.1-4)

65 – Cremos, firmemente, que todo cristão genuíno, nascido de novo, já possui a unção que vem de Deus, não necessitando de “novas unções”. (1 Jo 2.20,27)

66 – Lamentamos a transformação do culto público a Deus em momentos de puro entretenimento “gospel”, com a presença de animadores de auditório e pastores que, vazios da Palavra, enchem o povo de bobagens e frases de efeito que nada tem a ver com a simplicidade e profundidade do Evangelho de Cristo. (Rm 12.1-2)

67 – É necessário uma leitura equilibrada do livro de Cantares de Salomão. A poesia, muitas vezes erótica e sensual do livro tem sido de forma abusiva e descontextualizada atribuída a Cristo e à igreja. (Ct 1.1)

68 – Não consideramos qualquer instrumento, seja de que origem for, mais santo que outros. Instrumentos judaicos, como o shophar, não têm poderes sobrenaturais e nem são os instrumentos “preferidos” de Deus. Muitas igrejas têm feito do shophar “O” instrumento, dizendo que é ordem de Deus que se toque o shophar para convocar o povo à guerra. Repugnamos essa idéia e reafirmamos a soberania de Deus sobre todos os instrumentos musicais. (Sl 150)

69 – Rejeitamos a idéia de que Deus tem levantado o Brasil como o novo “Israel” para abençoar todos os povos. Essa idéia surge de mentes centralizadoras e corações desejosos de serem o centro da voz de Deus na Terra. O SENHOR reina sobre toda a Terra e ama a todos os povos com Seu grande amor incondicional. (Jo 3.16)

70 – Lamentamos o estímulo e o uso de “amuletos” cristãos como “água do rio Jordão”, “areia de Israel” e outros que transformam a fé cristã numa fé animista e necessitada de “catalisadores” do poder de Deus. (Hb 11.1)

71 – Que o profeta que “profetizar” algo e isso não se cumprir, seja reconhecido como falso profeta, segundo as Escrituras. (Ez 13.9; Dt 18.22)

72 – Rejeitamos as músicas que consistem de repetições infindáveis, a fim de levar o povo ao êxtase induzido, fragilizando a mente de receber a Palavra e prestar a Deus culto racional, conforme as Escrituras. (Rm 12.1-2; 1 Co 14.15)

73 – Deixemos de lado a busca desenfreada de títulos e funções do Antigo Testamento, como levitas, gaditas, etc... Tudo se fez novo em Cristo Jesus, onde TODOS nós fomos feitos geração eleita, sacerdócio real, nação santa e povo adquirido. Da mesma forma, rejeitamos a sacralização da cultura judaica, como se esta fosse mais santa que a brasileira ou do que qualquer outra. Que então os ministros e dirigentes de música sejam simplesmente ministros e dirigentes de música, exercendo talentos e dons que Deus livremente distribuiu em Sua igreja, não criando uma “classe superior” de “levitas”, até porque os mesmos já não existem entre nós. (Rm 12.3-5; 1 Pe 2.9)

74 – Que se entenda que tijolos são apenas tijolos, paredes são apenas paredes e prédios são apenas prédios. Que os termos "Casa do Senhor" e "Templo" sejam utilizados somente para fazer menção a pessoas, e nunca a lugares. Que nossos palcos não sejam erroneamente chamados de "altares", uma vez que deles não emana nenhum "poder" ou "unção" especial. (At 17:24, I Cor 6-19)

75 – Que haja consciência sobre aquilo que se canta. Que sejamos fiéis à Palavra quando diz “cantarei com o meu espírito, mas também cantarei com meu entendimento”. (1 Co 14.15)

76 – Não consideramos que “há poder em nossas palavras” como querem os adeptos dessa teologia da “confissão positiva”. Deus não está sujeito ao que falamos e não serão nossas palavras capazes de trazer maldição ou benção sobre quem quer que seja, se essa não for, antes de tudo, a vontade expressa de Deus através de nossas bocas. (Gl 1.6-7)

77 – Rejeitamos a onda de “atos proféticos” que, sem base e autoridade nas Escrituras, confundem e desvirtuam o sentido da Palavra, ainda comprometendo seriamente a sanidade e a coerência das pessoas envolvidas. (Mt 7.22-23)

78 - Apresentar uma noiva pura e gloriosa, adequadamente vestida para o seu noivo, não consiste em “restaurar a adoração” ou apresentar a Deus uma falsa santidade, mas em fazer as obras que Jesus fez — cuidar dos enfermos e quebrantados de coração, pregar o evangelho aos humildes, e viver a cada respirar a vontade de Deus revelada na Sua palavra — deixando para trás o pecado, deixando para trás o velho homem, e nos revestindo no novo (Tg 1.27)

79 – Discordamos dos “restauradores das coisas perdidas” por não perceberem a mão de Deus na história, sempre mantendo um remanescente fiel à Palavra e ao Testemunho. Dizer que Deus está “restaurando a adoração”, “restaurando o ministério profético”, etc... é desprezar o sangue dos mártires, o testemunho dos fiéis e a adoração prestada a Deus durante todos esses séculos. (Hb 12.1-2)

80 – Lamentamos a transformação da fé cristã em shows e mega-eventos que somos obrigados a assistir nas TVs, onde a figura humana e as ênfases nos “milagres” e produtos da fé sobrepujam as Escrituras e a pregação sadia da Palavra de Deus. (Jo 3.30)

81 – Deus não nos chamou para sermos “leões que rugem”, mas fomos considerados como ovelhas levadas ao matadouro, por amor a Deus. Mas ainda assim, somos mais que vencedores por Aquele que nos amou. (Lc 10.3; Rm 8.36)

82 – Entendemos como abusivas as cobranças de “cachês” para “testemunhos”. Que fique bem claro que aquilo que é recebido de graça, deve ser dado de graça, pois nos cabe a obrigação de pregar o evangelho. (Mt 10.8)

83 – Que movimentos como “dança profética”, “louvor profético” e outros “moveres proféticos” sejam analisados sinceramente segundo as Escrituras e, por conseqüência, deixados de lado pelo povo que se chama pelo nome do Senhor. (2 Tm 4.3-4)

84 – Que a cruz de Cristo, e não o seu trono, seja o centro de nossa pregação! (1 Co 2.2)

85 – Reafirmamos que, quaisquer que sejam as ofertas e dízimos, que sejam entregues por pura gratidão, e com alegria. Que nunca sejam dados por obrigação e nem entregues como troca de bênçãos para com Deus. Muito menos sejam dados como fruto do medo do castigo de Deus ou de seus líderes. Deus ama ao que dá com alegria! (2 Co 9.7)

86 – Que a igreja volte-se para os problemas sociais à sua volta, reconheça sua passividade e volte à prática das boas obras, não como fator para a salvação, mas como reflexo da graça que se manifesta de forma visível e encarnada. “Pois tive fome... e me destes de comer...” (Mt 25.31-46; Tg 2.14-18; Tg 1.27)

87 – Cremos, conforme a Palavra que há UM SÓ MEDIADOR entre Deus e os homens – Jesus Cristo. Nenhuma igreja local, ou seu líder, podem arrogar para si o direito de mediar a comunhão dos homens e Deus. (1 Tm 2.5)

88 – Lamentamos o comércio que em que se transformou a música evangélica brasileira. Infelizmente impera, por exemplo, a “máfia” das rádios evangélicas, que só tocam os artistas de suas respectivas gravadoras, alienam o nosso povo através da massificação dos “louvores” comerciais, e não dão espaço para tanta gente boa que há em nosso meio, com compromisso de qualidade musical e conteúdo poético, lingüístico e, principalmente, bíblico. (Mc 11.15-17)

89 – Que os pastores ajudem a diminuir a indústria de testemunhos e a “máfia” das gravadoras evangélicas. Que valorizem a simples pregação da Palavra ao invés do espetáculo “gospel” a fim de terem igrejas “lotadas” para ouvirem as “atrações” da fé. Da mesma forma, rejeitamos o triunfalismo e o ufanismo no qual se transformou a música evangélica atual, que só fala em 'vitória', 'poder' e 'unção' mas se esqueceu de coisas muito mais fundamentais como 'graça', 'misericórdia' e 'perdão'. (1 Pe 5.2)

90 – Que sejamos livres para “examinarmos tudo e retermos o que é bom” , sem que líderes manipuladores tentem impor seus preconceitos, principalmente na forma de intimidações. Que nenhum líder use o jargão "Deus me falou" como forma de amedrontar qualquer um que ousar questionar suas idéias. (1 Ts 5.21)

91 – Somente as Escrituras. (Jo 14.21;17.17)

92 – Somente a Graça. (Ef 2.8-9)

93 – Somente a Fé. (Rm 1.17)

94 – Somente Cristo. (At 17.28)

95 – Glória somente a Deus (Jd 24-25)



José Barbosa Junior (redator e organizador) – www.crerepensar.com.br

terça-feira, 22 de setembro de 2009

IGREJAS E IGREJAS....

A grande verdade é a seguinte: existem hoje, atualmente, 3 Igrejas bem distintas no Brasil.

1) IGREJAS FALSAS OU PSEUDO-IGREJAS
Nesta estão incluídas diversos "ministérios", empresas-igreja, etc. Muitos estão lá, achando que estão picando cartão da sua religiosidade. Ou esta Igreja não se envolve com a verdade bíblica ou ela está empenhada em atingir seus objetivos de império. Ou os seus líderes crêem na Palavra de Deus ou não crêem e apenas fazem uso dela como ferramenta de trabalho. Igrejas que têm um compromisso religioso e liberal. Neste momento, existem Pastores que fazem um excelente trabalho social, se destacam no meio politico, social e cultural, aparecem com muita frequencia na mídia de massa (TV, Rádio, Jornal, etc). Ou quando não se destacam, estão comprometidos com as suas causas e fazem das suas comunidades locais, um recanto para suas idéias, suas impressões, suas interpretações da Palavra de Deus. Tornam-se gurus de multidões ou profetas particulares de suas próprias profecias.

2) IGREJAS EM-CIMA-DO-MURO
As Igrejas em cima do muro, são boas Igrejas, conhecedoras da Palavra de Deus, mas por qualquer motivo, estão com medo de tomar uma posição de comprometimento com a Palavra de Deus. Pregam a Palavra, mas não estão preocupados com mudar de vida, de conceitos, de princípios mediante o conhecimento que tem. Nada para eles é mais importante do que a GRAÇA. Ah, maravilhosa graça que tudo faz em nosso lugar, que tudo completa na nossa débil e frágil religiosidade!
São apologistas de uma vida espiritual totalmente voltada para a expectativa de que tudo o que não pode ser feito, já está feito em Jesus. Sim, tudo já está feito. Manifestam uma espiritualidade de martírio. Uma espiritualidade que não é arrojada, uma teologia liberal demais para tomar uma atitude de optar pelo poder de Deus que opera em nós.

3) IGREJAS VERDADEIRAS QUE NÃO SE IMPORTAM COM O TAMANHO, APARÊNCIA OU PODER
A Igreja verdadeira não está com uma placa na parede escrita: "IGREJA VERDADEIRA, SEJA BEM VINDO".
E tem mais um problema: esta Igreja pode estar dentro de uma das anteriores, até o momento da sua manifestação. Isso mesmo! Conheço muitas pessoas que começaram sua caminhada dentro de uma FALSA IGREJA ou IGREJA EM CIMA DO MURO e depois veio a fazer parte de uma Igreja verdadeira.
A Igreja verdadeira pode ter nome mas não se preocupa com rótulos.
A Igreja verdadeira pode ter líder mas não se preocupa em fazer do líder um guru ou profeta necessário.
A Igreja verdadeira pode ter uma liturgia mas não se preocupa em modismos, jargões ou frases de efeito.
A Igreja verdadeira pode ter um endereço mas não se preocupa com aparência do seu templo.
A Igreja verdadeira pode até cometer erros mas não deixa o erro fazer parte do seu cotidiano e se apressa em corrigir seus próprios erros.
A Igreja verdadeira, enfim, pode até estar dentro de um sistema que não colabora para o seu crescimento, mas no final ela se liberta e passa a viver dentro de um sistema mais acessível ao projeto de Deus para ela.

Finalmente, eu espero pacientemente que no final das contas, a Igreja verdadeira esteja em mim, porque estar dentro dela pode não ser o necessário e essencial.

Que Deus nos abençoe e nos permita chegar até a Nova Jerusalém, portadores da Igreja Verdadeira!

Shalom!

Pr. Jaaziel Marcelo

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Sintonia da Vida: Quem são os pastores (guias) de Hebreus 13:7 e 17

Quem são os pastores (guias) de Hebreus 13:7 e 17

Quem são os pastores (guias) que a carta aos Hebreus menciona nos versículos 7 e 17 do décimo terceiro capítulo?

Antes de tudo, sei que existe no Novo Testamento o ministério pastoral - Efésios 4:11 - Observe que ele é o único que tem o dom de "mestre" (guia) grudado nele.

Quando estamos dentro do sistema chamado "Igreja evangélica" , não conseguimos enxergar outras realidades na Bíblia a não ser aquela em que eles estão o tempo todo "martelando " em nossas cabeças.

Fora o texto de Efésios 4:11, onde mais ele aparece?
O fato de que o dom de "mestre" está inserido como implicação necessária ao oficio pastoral faz-nos enterder o que?


Jesus usa a figura do "pastor" a si mesmo em João 10, mas ali todos sabemos que ele é o Verdadeiro Pastor do seu rebanho, alíás Pedro chama-o de "Supremo" pastor do rebanho que ele adquiriu com seu próprio sangue.

Então a pergunta permanece, ou melhor, vamos mais um pouco mais longe, eu pergunto de novo: onde é que o título "pastor" aparece como um "pronome pessoal" a algum apóstolo ou discipulo no Novo Testamento?

Você responderá que em Hebreus 7:7.
Mas gostaria que você observasse que esta tradução faz parte da Revista Corrigida do Padre João Ferreira de Almeida, e conforme versões mais atualizadas com os escritos mais antigos, portanto, mais próximos do original (ainda que muito distantes, de fato!) o título pastor é traduzido como "guia" (mestre)!

Então voltando a última pergunta: Onde aparece no Novo Testamento o título de "pastor" como "pronome pessoal" como é usado exaustivamente nos dias de hoje?
Onde no Novo Testamento encontramos o "pastor" Paulo, pastor Lucas, pastor Pedro, pastor João, pastor Apolo, etc...?

Estou pondo em descrédito o ministério pastoral que em Efésios Jesus alega ter dado à Igreja? Absolutamente NÃO!

Mas então, por que é que o líderes do Novo Testamento não fizeram caso de usá-lo como nos dias de hoje os "líderes" fazem questão? Por que o título (pastor) não aparece na Bíblia e hoje alguns se "obrigam a usá-lo?

O que me incomoda não é título em si, mas a maneira como alguns lobos se valem dele para impor sua "autoridade" em cima dos outros.
O uso da posição pastoral para ameaçar, amaldiçoar, prender, explorar a fé e as finanças das pessoas que se colocam debaixo da "autoridade espiritual" destes pseudo-pastores!

Tem pessoas que foram instruídas a não fazerem nada sem primeiro "consultar" o seu pastor. Elas fora instruídas a não saírem de "debaixo da autoridade espiritual" de seu pastor?!

À luz do Evangelho, existe maior heresia do que isso?

Na carta aos Hebreus, o escritor se refere aos líderes que já haviam partido para o Senhor, visto que esta carta foi escrita quando quase todos os apóstolos que andaram com o Senhor Jesus já haviam sidos martirizados.
E por que foram martirizados? Por causa da palavra de Deus que pregaram.
E que Palavra era esta?
A Palavra da Graça em Jesus, visto que, a carta aos hebreus exorta seus leitores a não voltarem às práticas religiosas do Velho Testamento.
Segundo o escritor aos Hebreus, este retorno às práticas de ritos judaicos seria um "cair da fé", um abandono da Graça manifestada pelo Senhor Jesus. Foi por causa dessa fidelidade a Palavra de Deus que pregaram é que estes "guias" foram mortos.

Observe que logo depois ele lhes escreve: "não vos deixeis envolver por doutrinas várias..." veja que ele diz que "o que vale é o coraçaõ estar confirmado na Graça..."

E terminantemente afirma que quem come do Altar da religião não tem direito a comer da mesa da Graça. É uma advertência séria!

E finalmente ele diz: " obedecei aos vossos guias (pastores) e sede submissos para com eles, como quem hão de prestar contas..."

Os guias que estavam vivos e permaneciam na pureza do evangelho da Graça e que estavam sendo perseguidos pela religião judaica, mas apesar disso permaneciam fiéis, deveriam ser obedecidos e nesse caso, esse "guia" é alguem que não deixa voce se desviar do Evangelho da Graça e cair nas "malhas" do sistema religioso. Para que serve uma "guia"?

Este texto não nos incentiva à uma dependência psico-espiritual-emocional de nenhum guia humano, e tambem o escritor diz "como quem hão de dar contas ". Veja bem: COMO QUEM...Isso não quer dizer que "eles" vão dar contas, mas que devem cuidar das pessoas "Como quem" hão de dar contas, pois Biblia diz que CADA UM dará contas de si mesmo à Deus! (Romanos 14:12)
Só que a "igreja a evangélica" atual tem ensinado a transferir toda essa obrigação ao "pastor". Coitados!!

A posição pastoral naqueles dias tinha muito mais haver com o exemplo de fidelidade ao evangelho, o trato com o próximo, a capacidade de perdão, a sabedoria em ensinar o Caminho, do que com esta "postura oficializada do pastor" de hoje. A Posição pastoral naqueles dias dependia da espiritualidade da pessoa e não algo forçosamente a ser seguido!

O mestre, biblicamente falando, está na conduta, no exemplo em amar, na postura frente ao discipulo, e não como foi hoje colocado como alguem que ensina na "escola dominical"!! Que tragédia!

Veja que Saulo, quando "pastor" em Antioquia, era chamado de "!Mestre". (Atos 13)

Releia o texto de Hebreus e veja se não é isso assim?